O caso da demissão de
Rodrigo Bocardi pela Globo de São Paulo deve ter uma grande repercussão em todas as filiais da emissora, incluindo a Globo Minas, que fará uma
checagem de seus apresentadores e possíveis violações de conduta.
Depois que uma investigação levou a conclusão de que o apresentador do Bom dia São Paulo poderia estar envolvido em uma trambicagem para cobrar de empresas de transporte público, de limpeza urbana e obras públicas, há o temor que isso possa acontecer em outras capitais.
Assim como em São Paulo, empresas de ônibus, lixo e obras são as que mais ganham atenção nos noticiários, visto que os serviços são considerados ruins e abaixo da qualidade esperada.
A suspeita é de que Rodrigo Bocardi, em parceria com um assessor de imprensa que gerencia crises para políticos e empresas,
recebia dinheiro para evitar fazer críticas ao vivo a essas empresas quando matérias negativas fossem ao ar. Além do mais, tentaria derrubar pautas do tipo. Ele nega todas as acusações.
Agora a Globo vai passar um pente fino em grandes capitais, como a própria Globo Minas, em Belo Horizonte, Globo Rio de Janeiro, Globo Brasília e Globo Pernambuco.
Não será de admirar se um tom menos opinativo tomar conta dos principais telejornais da casa.
Até alguns anos, os âncoras dos programas eram desincentivados a darem suas opiniões e comentários pessoais após as matérias. A situação começou a mudar com o crescimento dos programas da Record, sempre cheios de sensacionalismo e muita opinião dos apresentadores.
Até William Bonner, que comanda o Jornal Nacional, mais importante e de maior audiência do canal, passou a emitir breves opiniões e expressões faciais após algumas notícias. Costumou a viralizar em várias situações de um tempo pra cá.
Outras fontes de renda
A Globo Minas, juntos das colegas, nunca foi um exemplo de empresa com os melhores salários do setor. Tanto que nos últimos anos vários repórteres e apresentadores se demitiram em busca de melhores pagamentos e condições de trabalho.
Alguns, como Rodrigo Bocardi, receberam privilégios e vista grossa para fazerem palestras e media training para empresas privadas.
Bocardi teria cobrado R$ 55 mil por hora de treinamento para executivos do Bradesco. Em 2023, teria feito pelo menos 10 trabalhos do tipo. O valor é superior ao seu salário no canal.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.