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Apresentador da Globo pede demissão por humilhação de chefe; detalhes e salário vazam

O apresentador da Globo Matheus Ribeiro pediu demissão da afiliada de Goiás nesta semana após aguentar várias humilhações de seus chefes.

Apesar de na sua carteira estar registrado como repórter, há anos ele apresenta o principal jornal de Goiás e é um dos nomes mais conhecidos pelo público.

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Seu bordão, “Tchau, Brigado”, viralizou e é um gíria local.

Nos bastidores, porém, ele sofria comentários maldosos por causa de sua sexualidade (namora com um policial) e teve seu salário cortado.

Oficialmente, recebia R$ 3.900 reais, mas através do que chama de “cambalacho”, teve um aumento e passou a ganhar R$ 8.000 por causa de horas extras nunca foi obrigado a cumprir.

No início da semana, porém, seus chefes cortaram seu salário sem dar explicações. Nenhum apresentador da Globo recebe tão mal.

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Irritado, ele se demitiu e mandou uma carta abordando tudo que vinha sofrendo no canal. A carta vazou o pode ser lida na íntegra, abaixo:

“Brenda,

Diante de todos os fatos das últimas semanas, irei solicitar a rescisão indireta do meu contrato de trabalho com a emissora.

A forma como venho sendo tratado aqui, as restrições que vêm sendo impostas, as ilegalidades que foram cometidas e o tratamento incompatível à minha entrega como âncora do principal jornal da casa me obrigam a tomar essa decisão.

Você sabe, mas não custa lembrar:

1) Há um mês, você mandou o chefe de redação aplicar uma advertência a mim por causa de uma foto com a moça com quem faço massagem, com o argumento de que isso seria “publicidade”. Além da estultice na interpretação (já que tenho dezenas de fotos com a dona Elna, nossa maquiadora, e isso nunca foi visto como divulgação alguma), a emissora parece não saber o valor de seu profissional. Eu não faria publicidade por uma massagem que custa 100 reais. Postei a foto porque é alguém que eu gosto e redes sociais servem para compartilharmos nosso dia a dia.

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2) Você mandou cortar meu salário sem me avisar, após fazer pressão para cumprir uma carga-horária que, na prática, nunca existiu. Se havia horas-extras contratuais no meu salário, isso foi um cambalacho que a própria empresa arrumou para compensar o salário ínfimo que sempre me foi pago. Nem eu, nem os demais colegas do Jornalismo temos a obrigatoriedade de bater ponto, devido às mudanças diárias feitas nos nossos horários. Está documentado. Mesmo assim, ilegalmente, usaram o controle de acesso da catraca como argumento. Se eu mesmo disse que o caminho era cortar essas horas-extras, esperava uma postura sensata da direção, em respeito à minha dedicação e história na casa. Com colegas que exercem funções inferiores à minha e não entregam o mesmo resultado que eu entrego ganhando salários acima de 15 mil reais, a TV me pagar um salário de R$ 3.900,00 é acintoso.

3) A pressão para que eu deixasse de exercer atividades na minha empresa que sequer têm conflito ético com minha atuação jornalística. Há mais de um ano, você e demais diretores têm total ciência de que minha empresa comprava mídia para alguns clientes aqui no grupo. Considerava até que isso era bem visto, já que informei que não havia outros veículos de comunicação nos planos de mídia desenvolvidos pela minha agência: sempre trouxe a verba de meus clientes para esta empresa, pela qual sempre tive gratidão e apreço. O pedido do Ronaldo para que eu fizesse uma escolha entre o jornal e os meus contratos de mídia foi desrespeitoso, já que sempre houve conhecimento pleno das atividades que desenvolvo, algo que está documentado com contratos, e-mails, cartas de credenciamento, notas fiscais e até brindes que ganhei por ser proprietário de agência.

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4) Por fim, mas não menos lastimável, esse cabresto ridículo que a direção deseja impor sobre minha atuação nas redes sociais, algo que foi e é bastante explorado pela emissora para beneficiar seus produtos. Tenho o maior número de seguidores entre os nossos colegas, minhas redes superam as da própria emissora, tenho uma relação legal com o meu público, converto isso em resultados para o jornal… Me proibir de fazer uma live para conversar com meus amigos e bater papo com os seguidores beira a censura desmotivada, pelo simples prazer de exercer o poder.

Some a tudo isso problemas mais antigos, que jamais foram “lembrados” nas nossas conversas, como o fato de eu apresentar o jornal há anos e ter no meu contrato a função de repórter.

Eu cheguei aqui um menino, cru e precisando aprender. Sou muito grato pelas oportunidades que me foram dadas e creio que demonstrei isso por um bom tempo. Tenho certeza de que já retribui tudo o que a empresa fez por mim. Só que há tempos essa relação está desigual e tóxica. Estou infeliz com este ambiente de trabalho, me sinto desrespeitado, menosprezado e subutilizado.

Gostaria, apenas, de entender qual a motivação de uma postura tão beligerante, arbitrária e exagerada em relação à mim. Fico curioso e intrigado para entender o porque da perseguição, dessa necessidade de colocar rédeas… Alguma atitude minha gerou essa necessidade? Algo está incomodando a ponto de gerar isso tudo?

Preferências pessoais à parte, sou um profissional que cumpre suas funções e entrega resultados além do esperado. Não custa lembrar que, com o trabalho de um time extremamente competente do qual tenho orgulho de fazer, o JA2 alcançou recentemente uma das suas maiores audiências da história. Recorde que, caso não lembre, batemos outras vezes desde que comecei a apresentar.

Ouvir, como ouvi do Ronaldo, na sua frente, que tenho “um grande futuro pela frente na empresa” é incompatível com a realidade. Apresento o jornal de maior audiência de Goiás há cinco anos. O meu futuro é hoje. Para mim, a TV ficou no passado.

Atenciosamente,
Matheus Ribeiro”.

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Fhilipe Pelájjio

Publicitário, jornalista e pós-graduado em marketing, é um dos jornalistas mais lidos de MG. Criou os sites Moon BH, La Notícia, The Política e tem parcerias com Estado de Minas, Portal Uai e Correio Braziliense. Já foi editor do BHAZ e head na Itatiaia.

Ver Comentários

  • Hipócritas, atribuem ao presidente o título de ditador e impõe a seus funcionários uma ditadura escravagista !

  • Esperar o que da globo é isso ai mesmo...
    a globo me lembra aqueles ORCs dos senhores dos aneis,

  • O corte foi pra todos os apresentadores, não foi perseguição nem nada.
    E o salário dele não está abaixo de nada, condiz perfeitamente com o status dele.
    A matéria inteira relativiza as coisas pra meramente atacar a rede Globo.
    Dá um pouco de vergonha alheia ao ler o artigo.

  • Parabéns Matheus Ribeiro, você não tem que se assujeitar a esta emissora vergonhosa, nojenta você é um profissional você é o melhor sai fora dessa Globo Lixo uma emissora que não respeita o nosso Presidente vai respeitar outro, não respeitam os próprios funcionários vá a luta.

  • Não vi nada demais... Vc é funcionário de uma emissora então a sua imagem pública é da emissora. Isso acontece com todos os profissionais de mídia, como também os atores de cinema, eles não podem se expor por aí e nem ficar fazendo live ou participar de entrevista e eventos sem a permissão da empresa, tá no contrato. Assim nenhum espertinho se aproveita usando a popularidade da empresa que trabalha nos negócios próprios.