Nos primeiros meses de 2025, os brasileiros enfrentam uma disparada histórica no preço dos ovos, com aumentos que chegam a 40% em algumas regiões. O fenômeno, que impacta desde consumidores até redes de supermercados, é resultado de uma complexa combinação de fatores, que vão desde questões climáticas até dinâmicas globais de mercado. Abaixo, exploramos as principais causas dessa crise e suas perspectivas.
Alta demanda pelo ovo
O aumento do consumo de ovos está diretamente ligado à substituição de proteínas mais caras, como a carne bovina, que registrou alta de 20,8% em 2024. Com a inflação pressionando o bolso das famílias, o ovo se tornou uma alternativa acessível, elevando o consumo per capita para 269 unidades em 2024, com projeção de 272 em 2025.
Além disso, o período da Quaresma (março a abril), quando muitas pessoas reduzem o consumo de carne vermelha, tradicionalmente aumenta a demanda por ovos. Supermercados e atacadistas antecipam esse movimento, elevando os preços ainda em fevereiro para garantir estoques.
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Custo de produção
A avicultura enfrenta custos crescentes:
- Milho e soja, componentes essenciais da ração, subiram mais de 30% desde julho de 2024.
- Embalagens tiveram aumento de 100% devido à escassez de matérias-primas.
- Combustíveis mais caros impactaram o transporte de insumos e produtos.
Esses fatores oneraram os produtores, que repassaram parte dos custos aos preços finais. Em regiões como o Rio Grande do Sul, enchentes em 2024 e surtos de doenças como a de Newcastle agravaram a situação, reduzindo a produtividade das granjas.
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Condições climáticas e produção de ovo
O calor extremo no verão de 2025 afetou diretamente as aves. Temperaturas acima de 40°C reduziram a postura de ovos e aumentaram a mortalidade das galinhas, especialmente em estados como São Paulo e Minas Gerais. No Rio Grande do Sul, as enchentes de meados de 2024 danificaram infraestruturas e interromperam a logística de ração, prolongando os efeitos negativos na produção.
Exportações
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Uma crise dos ovos nos EUA, causada por um surto de gripe aviária que levou ao abate de 41 milhões de aves em 2024, abriu oportunidades para exportações brasileiras. Em janeiro de 2025, as vendas externas cresceram 22,1%, com destaque para o Oriente Médio e África. Apesar de as exportações representarem menos de 1% da produção nacional, o incremento contribuiu para tensionar a oferta interna em um momento de alta demanda.
Quando o ovo vai ficar mais barato?
Especialistas apontam que a alta é sazonal e tende a se normalizar após a Quaresma, com a estabilização da demanda e o aumento planejado da produção. A previsão é que o Brasil produza 59 bilhões de unidades em 2025, crescimento de 2,4% em relação a 2024.
alta dos ovos no Brasil é um reflexo de fatores interligados, desde escolhas de consumo até desafios logísticos e climáticos. Embora a situação seja preocupante, a capacidade produtiva do país e a expectativa de normalização sazonal sugerem alívio para os consumidores no segundo trimestre de 2025. Enquanto isso, o momento reforça a importância do ovo como proteína essencial na dieta brasileira e destaca a resiliência do setor avícola nacional frente a crises globais.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.