Dois anos após se envolver em negociações mal sucedidas para a compra de um dos maiores e mais tradicionais clubes de futebol do Brasil, o São Paulo, agora o bilionário Jorge Paulo Lemann teria um novo alvo, o Atlético Mineiro. Há 20 dias o rumor caiu como uma bomba, mas as negociações parecem estar avançando nos bastidores do clube entre ele e o bilionário mineiro Rubens Menin.
Saída de Coelho nesta sexta aumenta rumores no Galo. “Se houver necessidade de fazer aporte, na SAF, o Galo (associação) não tem de fazer. Por que os nossos 25%, mesmo não fazendo aporte, não será diluído”, disse ao comentar sobre o clube não ter pedido Recuperação Judicial. “Quer comprar ações da SAF? Venha, coloque o dinheiro em cima da mesa, desde que você comprove sua capacidade financeira, você vai comprar no mesmo valor que os 4R’s compraram, nem correção monetária vai ter, nem juros”, disse em outro trecho.
Em agosto de 2023 Paulo Lemann teve seu nome envolvido na possibilidade do São Paulo fc. se tornar uma SAF, mas a negociação não foi pra frente. Dois anos depois ele teria se interessado pelas ações do Atlético, que conseguiu estruturar o clube-empresa de forma bem sucedida, apesar de ver um crescimento de dívidas aumentar desde então.
Rubens Menin chegou a ter 50,9% das ações do clube, mas após um novo aporte de R$ 200 milhões, viu sua participação (junto do filho), cair para 41,8%. As negociações envolveriam uma venda de 35% das ações da SAF do Atlético.
O principal fator para a entrada de um novo sócio seria um aporte capaz de abater as dívidas do clube, que mesmo após vender quase todo o seu patrimônio, segue crescendo e atingiu a marca de R$ 1,4 bilhão (era R$ 2 bilhões antes de virar SAF). Neste ponto, a escolha de Paulo Lemann agrada aos empresários mineiros por que ele tem pouco interesse em gerir o futebol do Atlético e somente vê o clube como um investimento financeiro. O controle continuaria com os 4R’s.
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“Que vantagem competitiva eu entrego?”
Em 2022, antes de um processo de transformação em SAF ser algo palpável no Atlético, Rubens Menin deu entrevista para a ESPN falando sobre o assunto e sugeriu que o clube deveria ser comprado por alguém capaz de “fazer a diferença”:
“A SAF precisa ser de um player que traga vantagem competitiva ao Atlético. Se eu compro o clube, que vantagem competitiva eu entrego? Ajudo no que eu posso, mas não acrescentaria mais nada. O Atlético-MG precisa trazer alguém que faça a diferença”.
Atlético como marca global
A expertise global de Lemann em gestão de marcas (como Ambev) poderia projetar o Atlético no mercado internacional e a injeção de capital de Lemann ajudaria a quitar obrigações financeiras onerosas, liberando recursos para reforços e projetos de futebol.
Conselho precisa aprovar
A entrada de um novo acionista majoritário exigiria aprovação dos outros sócios e do Conselho de Administração da SAF. A cláusula foi estabelecida durante o processo para virar SAF, como uma garantia de que empresários ‘indesejáveis’ pudessem comprar ações do Atlético.
Saída de Sérgio Coelho aumenta rumores
Nos bastidores do clube, a saída de Sérgio Coelho da gestão do futebol do Galo, anunciada nesta sexta-feira, 7, aumentou os rumores de que uma mudança estrutural pode acontecer no Atlético. Ele destacou que é preciso separar as funções da SAF e da Associação. Mas diz que a decisão teria sido tomada em abril de 2024, quase um ano atrás:
“Em abril do ano passado, procurei os 4R’s e disse que ao fim do ano sairia do futebol do Galo. Acho que precisamos ter um profissional específico para cuidar do futebol do Galo, da base e do feminino. Esse trabalho é realizado pela SAF e não pela Associação, precisamos ter esse rompimento”.
Chamou muita atenção Coelho ter ‘passado a limpo’ polêmicas antigas, todas já explicadas, sem trazer nenhuma novidade.
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