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Thiago Asmar, mais conhecido como Pilhado, ex-repórter da Globo e atual apresentador da Jovem Pan, abriu o jogo sobre sua experiência na emissora carioca. Em uma conversa franca no podcast Inteligência LTDA, ele revelou que, ao contrário do que muitos imaginam, os salários na Globo não são tão altos para a maioria dos profissionais.
“Péssimo. Quem ganha bem lá na Globo? Galvão Bueno, Luciano Huck, William Bonner, Renata Vasconcelos e atores antigos”, afirmou.
Pilhado, que deixou a Globo em 2017, contou que sua remuneração como repórter era de pouco mais de R$ 1 mil. “Quando eu ganhava muito bem, porque tinha hora extra e outras coisas, eu ganhava R$ 12 mil“, disse, questionando sobre ganhar pouco mesmo cm tantas viagens de trabalho: Quando um repórter que viaja para a Europa, que faz tudo, ganha R$ 12 mil?”.
O jornalista também mencionou que muitos colegas veteranos continuam recebendo salários considerados baixos para o mercado. “Tem produtor das antigas que está lá e até hoje ganha R$ 8mil, R$ 9 mil. E para você ser ‘escravo’. Tem que trabalhar final de semana, feriado, viajava muito, ficava longe de casa o tempo todo”, desabafou.
Pilhado ressaltou que a ideia de que todos os profissionais da Globo ganham fortunas é um mito. “É um bom salário? Para a média das pessoas, sim. Mas, quando eu dizia o meu salário, no topo, as pessoas me falavam que achavam que eu ganhava 30 mil”, revelou. Ele explicou que, na maioria do tempo em que trabalhou na emissora, sua remuneração era de R$ 7 mil, e que as condições só pioraram com o tempo. “Cortaram hora extra, cortaram outras coisas”, finalizou.
Após deixar a Globo, Pilhado encontrou um novo lar na Jovem Pan, onde atua como apresentador. A mudança parece ter sido positiva para o jornalista, que hoje tem mais espaço para expressar suas opiniões e abordar temas de seu interesse. Sua experiência na Globo, no entanto, deixou marcas e serviu como um aprendizado sobre os desafios e as desigualdades do mercado de trabalho no jornalismo.
As revelações de Pilhado reacendem o debate sobre a valorização dos profissionais de comunicação no Brasil. Enquanto grandes nomes da TV recebem salários milionários, muitos repórteres, produtores e técnicos enfrentam jornadas exaustivas por remunerações que nem sempre condizem com o esforço exigido. A situação na Globo, uma das maiores emissoras do país, reflete uma realidade que pode ser ainda mais dura em veículos menores.