Quem presta atenção nas notícias percebe a quantidade alarmante de golpes relativos a investimentos nos quais as pessoas caem todos os dias. De acordo com o “Boletim de Proteção do Consumidor/Investidor” da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), são várias as reclamações de investidores que “através da oferta de cotas de fundos e clubes de investimento, da prestação de serviços de administração de recursos e de consultoria de investimento em valores mobiliários, entre outros” caíram vítimas de golpes financeiros. Além disso, a CVM declara que há muitas ofertas irregulares e sem autorização de aplicações no exterior dadas a pessoas residentes no Brasil.
Por isso, já não basta a crise e a inflação – os brasileiros também vêm sendo atraídos por criminosos em busca de um dinheiro fácil. Então, caso você já tenha sido vítima de um golpe ou queira evitar ao máximo passar por esse tipo de situação, veja algumas dicas dadas pela CVM de como evitar golpes na hora de investir.
A primeira dica é que você deve procurar conhecer o mercado antes de oficializar o seu investimento. Isso porque os investimentos em renda variável são imprevisíveis, e muitos golpistas se aproveitam disso para extrair somas enormes de suas vítimas. Se você entende o mercado, terá uma noção mais clara do risco e da recompensa.
E por falar em recompensa, sempre desconfie dos retornos elevados a um risco muito baixo. Como via de regra, os investimentos de maior risco dão a maior rentabilidade, e os de menor risco dão a menor rentabilidade. Como já diz o ditado: “Se a esmola é demais, o santo desconfia”. Lembre-se também que golpistas são pessoas simpáticas, que aparentemente querem o melhor para você. Por isso, não se deixe levar pela emoção causada por promessas – invista com objetividade.
Até quando compramos algo na internet ou contratamos um serviço online verificamos se a plataforma é confiável e o produto vale a pena. Então, se buscamos sites seguros para comprar, porque não buscar opiniões a respeito de quem oferta e intermedia um investimento?
Somente instituições financeiras autorizadas, como corretoras, bancos e distribuidoras, estão habilitadas para oferecer operações na bolsa de valores. Se está em dúvida quanto a alguma instituição, visite o site oficial da CVM e verifique se a empresa em questão está autorizada a operar. Isso também vale para intermediários – veja se ele está registrado na CVM.
A terceira dica é simples: pergunte bastante até entender exatamente todas as características do investimento e os riscos para o seu bolso. Golpistas costumam questionar a sua inteligência e tentam desmerecer as suas dúvidas com a esperança de que você se cale – mas não faça isso. Afinal, é o seu dinheiro, e não dele.
Uma dica para saber se entendeu bem o investimento é tentar explicar a alguma outra pessoa quais são as suas características. O importante é decidir com calma e não se deixar levar pelo calor do momento. Sabe aquelas oportunidades imperdíveis? Fuja delas. Muitas são dadas para você não refletir muito e acabar desistindo.
Seja qual for a plataforma que você use, não entregue a sua senha a terceiros – nem mesmo a aqueles que dizem que querem te ajudar. Caso queira contratar alguém para administrar os seus investimentos, busque um agente autônomo no site da CVM. Eles precisam de um registro de administrador de carteira de valores mobiliários para isso.
Mesmo que escolha contratar alguém, sempre acompanhe as operações realizadas em seu nome pelo Canal Eletrônico do Investidor (CEI). Este canal contém extratos de operações realizadas na bolsa – se houver algo de errado, contate imediatamente o seu banco e corretora.
Evitar é melhor do que remediar, mas caso o estrago já tenha sido feito, utilize os meios de defesa postos à disposição do investidor. No caso de uma irregularidade, apresente sua denúncia ou reclamação no Serviço de Atendimento ao Cidadão da CVM, presente no site oficial. Também é possível notificar os órgãos do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, como os Procons e Ministério Público.