A influenciadora Maya Massafera não cansa chocar seus seguidores e quem eventualmente consome alguma notícia sobre ela. Desta vez, ela viralizou a comentar sobre ficar com homens gays, como ela era de se transicionar.
Uma das personalidades trans mais conhecidas do Brasil, disparou controvérsias ao revelar, em um vídeo recente, que prefere se relacionar exclusivamente com homens heterossexuais. A afirmação, feita em tom enfático, gerou reações imediatas:
“Eu prefiro ficar com homem hétero. Quero um hétero para me sentir mais mulher. Não sei se tá certo eu falar isso, mas, após a transição e 20 cirurgias, eu não vou ficar beijando viado, nem morta!”.
Enquanto parte dos seguidores apoiou sua “escolha pessoal”, outros criticaram o que consideraram uma “hierarquização prejudicial” dentro da própria comunidade LGBTQIA+.
Nascida em São Paulo, Maya construiu uma trajetória pública marcada pela coragem de compartilhar cada etapa de sua transição de gênero, iniciada em 2018. Com mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, ela se tornou símbolo de resistência para muitos ao documentar procedimentos cirúrgicos, tratamentos hormonais e desafios cotidianos.
Sua jornada, no entanto, sempre foi acompanhada de polêmicas. Das 20 cirurgias plásticas (incluindo feminilização facial e redesignação sexual) às críticas por supostamente promover padrões estéticos inatingíveis, Maya nunca evitou o debate. Agora, porém, a discussão gira em torno de suas escolhas afetivas e como elas ecoam estereótipos de gênero.
“Ao associar héteros à ‘masculinidade legítima’, ela reforça a ideia de que a identidade trans precisa ser validada por homens cisgêneros”, já explicou o pesquisador Lucas Andrade.
Maya Massafera ocupa um lugar complexo na cultura pop brasileira. Por um lado, sua visibilidade ajuda a normalizar discussões sobre transgeneridade; por outro, suas opiniões frequentemente colidem com pautas progressistas. Em 2023, por exemplo, ela defendeu que “nem todo trans precisa ser ativista”, gerando debates similares.
“Ela tem um público fiel que consome seus posicionamentos controversos como ‘autenticidade'”, analisa Carol Dias, consultora de mídias sociais.