Reprodução - Twitter
Na manhã desta quarta-feira (22), moradores da comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, testemunharam uma cena inusitada e perturbadora: um homem empurrando a mãe falecida, Aurora Marques, de 100 anos, em uma cadeira de rodas. O episódio chamou a atenção dos residentes e mobilizou o Corpo de Bombeiros do quartel de Campinho.
Segundo relatos, Aurora faleceu na terça-feira (21) por causas naturais após passar mal em casa. O filho alegou que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que demorou a atender ao chamado. Uma médica teria confirmado o óbito e orientado que o Serviço Social realizaria a remoção do corpo.
Insatisfeito com a demora, o homem decidiu levar o corpo da mãe até o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da região por conta própria. Ele colocou Aurora em uma cadeira de rodas e começou o trajeto. No entanto, ao sair de casa, foi abordado por criminosos locais, que desconfiaram da situação e o acusaram de ter matado a própria mãe.
O homem relatou ter sido agredido pelos bandidos antes de conseguir seguir para o CRAS. A situação gerou comoção entre os moradores, que ficaram chocados tanto com a decisão do filho quanto com a abordagem violenta.
A Polícia Militar, porém, informou que o indivíduo não chegou ferido à delegacia. Já a Polícia Civil, fez uma perícia no local e encaminhou o corpo para o Instituto Médico-Legal (IML) do Centro da cidade.
A história lembrou um episódio ocorrido em abril do ano passado, também no Rio de Janeiro. Na ocasião, uma mulher levou o tio, já falecido, a uma agência bancária em Bangu para tentar sacar R$ 17 mil de um empréstimo em nome dele. A atitude levantou suspeitas dos funcionários do banco, que acionaram a polícia.
Ambos os casos destacam problemas estruturais nos serviços de atendimento público e situações de desespero que levam familiares a atitudes extremas.